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O livro de Germano Gonçalves é autobiográfico, no qual o eu lírico e o narrador se prendem estritamente ao autor. Não podendo separá-los, precisamos entender que muitas informações citadas na obra não são referenciadas devido ao fato de estarem no imaginário do autor, atrelado a diversas fontes que excedem ao de fontes comprovadamente confiáveis, construindo um senso crítico próprio e próximo do que a periferia permite aos seus.
O autor quebra barreiras entre a história e sua interpretação dela, expondo suas opiniões de forma distinta e baseadas nas suas próprias experiências.
O livro se mantém muito próximo do desejado e idealizado pelo autor, mesmo que com algumas alterações editoriais extremamente necessárias, garantindo ao autor a sua realização pessoal no produto final.
Pelo fato de ser autobiográfica, a obra fala da história de muitos de seus leitores. Devido a isto, ainda há momentos “metapoéticos”, pois possui poesias versando sobre poesia. E ainda podemos identificar em alguns textos um tom motivacional, que se dirige a quem escreve e quem virá a escrever, incentivado estes autores à trilhar o caminho da literatura.
Devido ao fato de ser fã de Raul Seixas, a capa é inspirada em um álbum do cantor. Raul não se restringe a inspirar somente a capa, como podemos encontrar pelo livro muitas frases suas compondo a obra de seu discípulo. Em uma resenha feita sobre o livro caseiro que Germano carregava até então, Elielson nos diz:
“Germano se desnuda na obra em suas mãos. Ao terminar a leitura, parece que já o conhecemos de longa data. Ele faz uma excelente crônica da periferia. Veterano das quebradas, fala de um tempo em que eram comuns as rodas em torno da fogueira e a garrafa de vinho Natal passando de mão em mão. No violão mais uma do Raul.
O cantor é fundamental na vida de Germano Gonçalves, e sua principal influência em termos de visão de mundo e estética. O gosto pelo rock, a inquietação diante das injustiças e uma visão um tanto difusa sobre as desgraças do povo vêm do velho Raul.”
Antonio Elielson Leite
É historiador, programador cultural e coordenador
do Programa de Cultua da ONG Ação Educativa.
Além da estética e das temáticas de Raul Seixas, o poeta traz PRINCIPALMENTE a sua experiência com o RAP e o Hip Hop, onde se encontrou e se deixou levar para a literatura, caminhando ainda hoje dentro deste movimento cultural tão próprio das periferias.
Há a crítica social relacionada ao seu meio e direcionada em alguns momentos às autoridades. Dos temas do cotidiano ao que se refere à artes literária, o autor acaba mostrando a sua libertação da margem social para um local que vai além de se incluir na sociedade, ele busca mostrar que é um “ex-excluído”, mas nunca se equipara negativamente ao alienado burguês atual, e nem mesmo àqueles que estão no topo da pirâmide social.
Ama a poesia e as escreve bem, tente ler em voz alta e perceberá que o trabalho vai além da rima. É um autor quando escreve poesia e outro quando escreve prosa. O livro traz algumas destas últimas, na segunda parte. Utilizamos o termo "prosa" devido ao fato de ser um conjunto de textos que vai além de um gênero próprio como o conto ou o relato, temos estes dois e mais alguns outros tipos. A poesia é escrita em verso livre e as prosas são escritas em mente livre.
Este livro já vem sendo divulgado antes mesmo de a Editora SoMaDi existir, e agora nós presenteamos os leitores com a obra de Germano. Apreciem-na, assim como a vida de um escritor que é um ex- excluído até mesmo da sociedade literária.
Bacana vê-lo liberto das algemas do sistema para soltar livre sua poesia e escritos que ninguém é capaz de prender. Abraços do escritor e amigo Allan Regis.
ResponderExcluirSou ávido leitor e fã !!
ResponderExcluirParabéns!!! Sucesso!!!!
ResponderExcluirPARABÉNS POR ESTA CONQUISTA DAQUILO QUE VOCÊ MESMO PRODUZIU. A ESCRITA REALISTA, CRÍTICA -SOCIAL DE GERMANO GONÇALVES DEVE SER ACESSÍVEL À TODOS QUE DESEJEM PRESTIGIÁ-LO POR SUA ARTE. SUCESSO. LUCIENE SANTOS
ResponderExcluirParabéns Germano, você é um incrível escritor, e da um show de humildade.
ResponderExcluirParabéns Germano, você é um incrível escritor, e da um show de humildade.
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